sábado, 2 de novembro de 2013

RESENHA CRÍTICA

PICANÇO,Gessiane;BARAÚNA,Fabíola Azevedo;BRITO,Alessandra Janaú de.Similaridades Fonéticas e Fonológicas:exemplos de três línguas Tupi.Universidade Federal do Pará.Belém,Pará,Brasil.Recebido em:31/08/201.Aprovado em:14/05/2013.
                                       
                                                         
Nesta pesquisa realizada pela coordenadora Gessiane Picanço,formada em Letras pela UFPA e doutora em Lingüística pela University of British Columbia,Canadá;juntamente com Fabíola Azevedo e Alessandra Janaú ,ambas da UFPA,os resultados mostram as diferenças e semelhanças em três tipos de línguas Tupi: Asuriní do Xingu,Wayampí e Mundurukú.É um estudo aprofundado das línguas que,segundo as autoras,mesmo tendo semelhanças fonológicas e fonéticas-mais precisamente em algumas consoantes-,cada uma tem as suas particularidades.
Na língua Asuriní  do Xingo, as autoras fazem uma exame minucioso de 694 palavras listadas feita com ajuda de uma nativa falante,senhora Turé. A língua conta com um inventário composto de 16 consoantes.No que se refere à língua Wayampí,é falada em duas comunidades de localizações diferentes-Wayampí do Jari e Wayampí do Amaparí. Alguns fonemas vão depender do dialeto local.No seu inventário há o registro de 14 consoantes.Três falantes da língua-Caubi Amazonas de Souza,Makaratu Wayampí e Seki Wayampí- compartilharam com gravações que serviram de base para análise.Na língua Mundurukú,também três falantes nativos contribuíram com gravações para o estudo.
Com ajuda do programa Praat (Boersna e Weenink,s.d),foram obtidas figuras que foram geradas para facilitar  uma análise acústica da fala. A partir daí,são destrinchadas no estudo as 10 consoantes que as línguas compartilham,o restante pode coincidir entre uma e outra.
Nas oclusivas, as autoras chegaram a conclusão que podem ocorrer livremente sem limites nas três línguas,em início de sílabas  e só diferenciam no final de algumas sílabas.As figuras apresentadas no decorrer da pesquisa exemplificam bem como esse processo ocorre nas falas.
Nas nasais,concluiu-se que além de se destacarem fonemicamente, ocorrem em início de sílaba.Nas línguas Wayampí e Asuriní as nasais estão restritas à essa condição,já na Mundurukú é normal encontrar em final de sílaba.
Nos aspectos fonológicos da vibrante /r/ ,como fonema, percebe-se que a mesma aparece nas três línguas e é distribuída igualmente .Mas cada língua com próprio modo de realizar a consoante.
Neste artigo pode-se notar como as autoras se empenharam para pesquisar intimamente,as três línguas Tupi: método comparativo,utilização de dados e ajuda dos falantes nativos,todo esse esquema que foi bem utilizado para embasar sua análises e chegarem a tais resultados.
Um artigo favorável para quem deseja  aprofundar os conhecimentos nessa parte da linguística que trata das línguas indígenas.